sexta-feira, 27 de maio de 2011

mais, não é menos

E nessa vibe, de não ter nem tempo pra respirar, e passarei mais uma noite em claro estudando.. resolvi mudar o foco do post de hoje...
Estava fazendo um fichamento pra matéria de Teoria e história da arquitetura contemporânea, sobre o livro do Rafael Moneo, Inquietação teórica e estratégia projetual, e quando chegou na parte em que há uma citação do livro do Robert Venturi, Complexidade e contradição em arquitetura, eu simplesmente adorei, e resolvi postar, pra não esquecer...

Os arquitetos não podem mais se deixar intimidar pela linguagem puritanamente moralista da arquitetura moderna ortodoxa. Prefiro os elementos híbridos aos puros, os que aceitam compromisso aos “limpos”, os distorcidos aos “óbvios”, os ambíguos aos “articulados”, os deturpados que ao mesmo tempo são impessoais aos tediosos que ao mesmo tempo são “interessantes”, os convencionais aos “projetados”, os que buscam o acordo aos “excludentes”, os redundantes aos simples, os que nos falam do passado aos que são inovadores, os inconsistentes e equívocos aos diretos e claros. Defendo a vitalidade confusa ante a necessidade óbvia. Manifesto-me em prol do non sequitur e proclamo a dualidade.

Sou a favor da riqueza de significados ante a clareza de significado; das funções implícitas ante as explícitas. Prefiro “ambos ao mesmo tempo” a “um ou outro”, o branco e o preto, e algumas vezes o cinza, em lugar do branco ou do preto. Uma arquitetura válida conhece muitos níveis de significado e diversos focos: seu espaço e seus elementos se lêem e funcionam de diversas formas ao mesmo tempo.

Porém, uma arquitetura da complexidade e contradição tem uma especial obrigação para com o todo: sua verdade deve estar na totalidade ou nas suas implicações. A arquitetura deve incorporar a difícil unidade da inclusão, mais do que assumir a fácil unidade do exclusivo. Mais não é menos.


Robert Venturi, Complexidade e contradição

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